21/03/2014

Higher Education Access and Inclusion

Ouça o depoimento de quatro estudantes do Programa de Formação Interdisciplinar Superior da Unicamp

Raryane Silva, Daniela Melo, Elisama Camelo e Fernanda Cabral falaram na conferência internacional Higher Education Access and Inclusion, realizada entre 17 e 18 de março na Faculdade de Educação

Um dos conjuntos de dados apresentados na Conferência
 
 
"Há um bloqueio na cabeça das pessoas, que não aceitam que o estudante não faça – com 17, 18 anos – a escolha profissional do que vai fazer pelo resto da vida" Um dos pontos altos da conferência internacional Higher Education Access and Inclusion, realizada entre 17 e 18 de março na Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, foi o depoimento de quatro estudantes que entraram no Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS). O objetivo do ProFIS é oferecer um curso de formação interdisciplinar de nível superior, de dois anos de duração, com um forte caráter de formação geral que responde a uma política de inclusão social da Unicamp. Para isso o projeto prevê entradas de 120 estudantes. Com início em 2011, foram selecionados dentre os inscritos por meio de um novo processo seletivo no contexto da Unicamp: a seleção dos melhores alunos das escolas públicas de Campinas a partir da nota no Enem. Após a conclusão dessa etapa, os alunos podem escolher entre cursos de graduação oferecidos na Unicamp, de acordo com seu desempenho e o número de vagas oferecido por decisão de cada curso.
 
Raryane Silva (atualmente cursa Fonoaudiologia), Daniela Melo (Medicina), Elisama Camelo (Gestão de Comércio Internacional no campus Limeira) e Fernanda Cabral (1º ano do ProFIS) contaram sua experiência e suas dificuldades e deram sugestões para aprimorar o programa. Raryane destacou que foi atraída ao ProFIS pela possibilidade de fazer um curso com dedicação integral, recebendo bolsa, e com dois anos para refletir sobre o que fazer na graduação.
 
Ouça um trecho do depoimento das estudantes:
 
 
"No início sentimos muita resistência, na linha de que 'não era justo' que não tivéssemos feito vestibular. Sentimos preconceito muito grande por parte de estudantes e até mesmo, lamentavelmente, de docentes, que achavam que o nível da universidade cairia. Éramos chamadas de cotistas e de 'ProUni da Unicamp'. Mas também havia colegas de fora do programa entusiasmados com o curso, dizendo que queriam ter feito também, queriam ter conhecido a universidade." Segundo Elisama, chamou a atenção o diálogo entre disciplinas. "Nós tivemos aulas em que Química conversava com Literatura." Daniela complementou: "Você rompe aquela 'lei da utilidade' do que está sendo aprendido, rompe uma mentalidade fechada, imediatista, de ter de terminar logo a graduação. Há um bloqueio na cabeça das pessoas, que não aceitam que o estudante não faça – com 17, 18 anos – a escolha profissional do que vai fazer pelo resto da vida."
 
A conferência (clique aqui para ler sobre alguns destaques do encontro), que reuniu estudiosos de nove países e pesquisadores da Unicamp, USP, UFRGS e UFRJ, foi promovida com o apoio, entre outros, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); Universidade da Califórnia (Institute for Immigration, Globalization, and Education - Graduate School of Education and Information Studies); Observatório da Educação (Obeduc/Capes); FE, Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) e Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp.