13/09/2013

Avaliação do CsF

Centro vinculado ao MCTI cria metodologia para avaliar impacto do Ciência sem Fronteiras

Objetivo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos é mensurar presença brasileira no cenário científico e tecnológico internacional e as repercussões do programa em termos de empregabilidade e carreira, entre outros aspectos

O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, concluiu uma proposta de metodologia para avaliar o impacto do programa Ciência sem Fronteiras. O plano foi apresentado às agências gestoras do CsF: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
 
Capes e CNPq serão responsáveis pela implementação da metodologia, organizada em quatro eixos: análise do impacto no nível institucional; na produção de conhecimento e inovação; no nível  pessoal – principalmente empregabilidade e carreira dos beneficiários – e avaliação do impacto na sociedade.
 
Lançado pela presidente Dilma Rousseff em meados de 2011 e com os primeiros beneficiados anunciados em dezembro do mesmo ano, o CsF objetiva conceder 101 mil bolsas de estudo para levar alunos brasileiros de graduação e pós-graduação nas áreas de engenharia e ciências exatas a estudar no exterior. O programa, com custo previsto de R$ 3 bilhões, foi analisado em artigo assinado por Claudio de Moura Castro, Hélio Barros, James Ito-Adler e Simon Schwartzman, intitulado "Cem Mil Bolsistas no Exterior" (clique aqui para ler a íntegra, 12 páginas no formato PDF).O texto afirma que "não são poucas as perplexidades, diante do desafio de multiplicar por quatro o número de bolsistas estudando a cada ano no exterior".
 
Segundo balanço do Ministério da Educação (MEC) com dados consolidados de julho de 2011 a 2 de agosto deste ano, foram concedidas 43.609 bolsas no âmbito do CsF, das quais 77% referem-se a graduação sanduíche. A existência das bolsas para graduação sanduíche já foi questionada por analistas que acreditam que o verdadeiro propósito do programa deveria ser a internacionalização da pós-graduação e a formação de colaborações de pesquisa internacionais.
 
Sem Humanas
No fim do ano passado, o governo federal lançou uma retificação que atingiu chamadas anteriores, abertas desde julho, de modo a excluir explicitamente uma série de cursos das áreas de artes e humanidades que, até então, pareciam elegíveis para o programa. As chamadas incluíam, entre as áreas de estudo contempladas, a categoria "Indústria Criativa", que num dos editais retificados – oferecendo bolsas para o Reino Unido – era descrita como abarcando as seguintes áreas: "arquitetura, design, software, jogos de computadores, cinema, vídeo, fotografia, música, artes, televisão, conteúdos digitais, editoração e publicação eletrônica", o que sugeria que estudantes de cursos como Jornalismo, Cinema ou Produção Editorial poderiam se candidatar.
 
Com a retificação, porém, passaram a ser elegíveis para as bolsas apenas alunos de cursos específicos que constam de uma lista publicada no site do programa. A lista contém, preponderantemente, cursos das chamadas áreas "duras" da ciência e da tecnologia, com especial ênfase nas engenharias. Os únicos cursos tradicionalmente identificados com as Humanidades que constam da relação são Arquitetura e Arquitetura e Urbanismo.
 
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