13/07/2015

International Higher Education | 80 | Especial 20 anos

O desafio do ensino superior chinês nas próximas duas décadas

Weifang Min
Professor e diretor, Instituto do Ensino Superior e Ex-presidente Executivo, Peking University. E-mail: wfmin@pku.edu.cn
Um dos aspectos mais marcantes do ensino superior nos últimos 20 anos é a rápida expansão de matriculas. Em 1995, o número total era de 79 milhões com 5.2 milhões na China. Em 2012, foi de 196 milhões e 32.6 milhões respectivamente, 2.5 vezes com relação a 1995 para o mundo, 6.2 vezes para a China. A China é o lugar de maior crescimento do ensino superior no mundo. 
 
Contudo, a participação do estado e contribuições na área de qualidade não conseguiu acompanhar a expansão quantitativa, o que resultou em turmas grandes, salas de aulas e laboratórios lotados, diminuição dos equipamentos de ensino e livros na biblioteca por estudante, e baixa qualidade do ensino. Pelo fato de muitas universidades terem aumentado o índice de matriculas em programas de baixo custo — como literatura e história, ao invés de tecnologias da engenharia e ciências — fez com que a estrutura dos graduados por especialização entrasse em descompasso com as necessidades de mercado. Muitos graduados tiveram dificuldades de encontrar trabalho. O Ministério de Educação Chinês, percebendo a velocidade excessiva de expansão do ensino superior, emitiu um documento em 2012, tentando estabilizar a dimensão do índice de matriculas. Contudo, com as demandas sociais e privadas cada vez mais crescentes para o ensino superior, a dinâmica de expansão ainda era forte. Em 2013, o número total de matriculas aumentou para 34.5 milhões. Estimava-se que o número total excederia 40 milhões em meados de 2020. O ensino superior chinês é atualmente caracterizado como “grande, mas não forte.”
 
Assim, o desafio para os próximos 20 anos do ensino superior chinês é equilibrar o desenvolvimento quantitativo e melhorias qualitativas e tornar o ensino superior chinês em “grande e forte.” Esta será uma tarefa difícil. Por um lado, a China terá que manter certo índice de crescimento para atender a enorme demanda não atendida; e por outro terá que ajustar a estrutura do ensino superior e melhorar a qualidade, para que seus graduados sejam bem enquadrados nas necessidades de recursos humanos da situação econômica em mutação. Muitas medidas politicas precisarão ser tomadas. Em primeiro lugar, a expansão do índice de matriculas deverá desacelerar para equilibrar o número de graduados a ser absorvido pela economia.
 
Essa questão não foi seriamente levada em consideração, anteriormente. Por exemplo, no próximo verão de 2015, a China terá 7.5 milhões de graduados do ensino superior, enquanto a economia desacelera; portando a colocação destes profissionais se tornará ainda mais desafiador.
 
Em segundo lugar, elevada prioridade deverá ser anexada à qualidade crescente do ensino superior, que precisa de mais contribuições na área de qualidade, incluindo mais participação por parte do estado, fortalecimento do desenvolvimento de docentes, reforço na acreditação, gestão de qualidade total e programas de avaliação. Em terceiro lugar, o isomorfismo institucional precisa ser mudado através do ajuste da estrutura do ensino superior, de acordo com a demanda do mercado de trabalho, diferenciando adequadamente as instituições em diferentes níveis e diferentes tipos, com cada uma servindo a diferentes necessidades de recursos humanos da sociedade. Quarto, para tecnologias da informação, os recursos educacionais de alta qualidade deverão ser amplamente divididos, tais como produzir programas educacionais online com os melhores professores para uso em âmbito nacional. Quinto, promover programas de intercâmbios internacionais de alta qualidade e de assimilação da cooperação como os das Universidades de Shangai e Nova York. 
 
Este texto foi traduzido e revisado sob a coordenação de
Sergio Azevedo Pereira
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