27/05/2015

International Higher Education | 79

Estudantes internacionais nas universidades indianas

Veena Bhalla e Krishnapratap B. Powar
Veena é secretária adjunta, Divisão Internacional, Associação das Universidades Indianas, Nova Deli, Índia. E-mail: vbhalla2006@gmail.com; Powar é reitor, Dr. D. Y. Patil University, Pune, Índia. E-mail: kbpowar@gmail.com
Neste novo milênio, o ensino superior indiano tem demonstrado crescimento considerável, com o aumento do número de universidades de 266 em 2000-2001 para 700 em 2013-2014 e a força estudantil crescendo de 8.4 milhões para cerca de 20 milhões. Ao mesmo tempo, a população estudantil internacional cresceu globalmente de 2.1 milhões em 2001 para 4.3 milhões em 2013. O crescimento no número de estudantes internacionais na Índia, de 7,000 em 2000–2001 para um pouco acima de 20,000 em 2012–2013, é em comparação, anémico, e não compatível tanto com o crescimento do sistema de ensino superior indiano, como com o crescimento global na mobilidade estudantil internacional.
 
Dados da associação de universidades indianas
A Associação de Universidades Indianas tem coletado informações sobre os estudantes internacionais na Índia desde 1994. Contudo, tem sempre havido falha significativa relacionada a resultados. Desta forma, a associação em suas revisões periódicas, tem colocado ênfase na avaliação de tendências em termos de porcentagens e subestimado os números absolutos. Com relação à última pesquisa sobre os alunos internacionais, que abrange o ano acadêmico de 2012–2013 solicitações de informações foram enviadas em agosto de 2013 e as respostas recebidas de 121 universidades até final de maio, 2014 foram avaliadas.
 
Durante o ano acadêmico de 2012–2013, nas 121 instituições abrangidas pela pesquisa, 20,176 estudantes internacionais buscavam seus diplomas, graduação e programas de pesquisa. Uma estimativa liberal e de que esse número possa aumentar em 10-15 por cento quando resultados de todas as instituições com estudantes internacionais forem recebidos. O número e pequeno, quando comparado aos 200,000 mil estudantes indianos atualmente estudando no exterior e minúsculo quando comparado com a população estudantil indiana de 20 milhões. 
 
De onde vêm os estudantes
Tradicionalmente, a fonte de estudantes internacionais na Índia tem sido amplamente os países da Ásia e Africa, e estes continuam a ser o caso. Contudo, nas últimas duas décadas têm acontecido mudanças consideráveis nas contribuições relativas destas duas regiões. Comparado à metade da década de 1990 a participação da Ásia aumentou em 2012-2013, de cerca de 50 por cento para 73 por cento, enquanto que a da Africa diminuiu de 48 por cento para cerca de 24 por cento. De maneira significativa, o Sul da Ásia e Região do Golfo continuam como os fornecedores mais importantes, porém novas áreas têm surgido na Ásia Central e Oriental. Há pouca representação das Américas, Europa e Australásia. Nesse contexto, é possível argumentar que no caso da Índia, a mobilidade estudantil internacional é mais um exemplo de regionalização que de internacionalização.
 
Universidades públicas x privadas
Em 2012–2013 sete universidades indianas tinham mais de 1,000 estudantes com o maior número, 2,742, oriundos da Manipal University — uma instituição privada. Destas universidades, três são autofinanciadas (privadas), e as outras quatro são públicas. Significativamente, no caso do último grupo, os estudantes internacionais estão em sua maioria nas faculdades filiadas e autofinanciadas e não no campus central. Na Índia, a maioria das faculdades de graduação e algumas de pós-bacharelado estão afiliadas a uma universidade pública.
 
Uma comparação de dados das melhores universidades para o período de 2008-2009 e 2012-2013 sugere que a internacionalização não foi aceita como uma área de prioridade pela maioria das universidades públicas. Por outro lado, as universidades públicas estão matriculando números crescentes de estudantes internacionais. Assim, somos levados a concluir que as universidades públicas na Índia, com fontes de receitas governamentais asseguradas não estão convencidas quanto à importância da internacionalização através da mobilidade estudantil internacional. As universidades autofinanciadas, sob a gestão privada, vêm os estudantes internacionais como uma fonte de receita importante e busca-os através de publicidade e até mesmo fazem uso de agentes.
 
Dados de 2012–2013
Como parte deste estudo, dados de instituições em nível de universidade enquadradas em três regiões foram avaliados. Estas são da parte ocidental da Índia e se estendem na Costa Oeste, de Pune a Bengaluru (9 instituições); o Nordeste, de Amritsar a Kolkata (10 instituições); e Sudeste paralela à Costa Oriental de Bhubaneswar a Coimbatore (9 instituições). Estas respectivamente têm 9,578, 4,478, e 2,812 estudantes internacionais, predominantemente da Ásia (71.23%) e África (24.25%) com contribuições menores das Américas (3.29%), Europa (0.85%) and Australásia (0.41%).
 
A região ocidental inclui três grandes universidades públicas (Pune, Mysore, Bangalore), cada uma com muitas faculdades afiliadas cobrindo diversas disciplinas; uma universidade profissional pública (Visveswaraya); quatro universidades consideradas como privadas (Manipal, Symbiosis, Bharati Vidyapeeth, Dr. D. Y. Patil); e uma universidade considerada pública e especializada em artes e ciências sociais (Deccan College de Pós Graduação e Instituto de Pesquisa). Estas nove instituições juntas têm metade (9,587) do número de estudantes internacionais (20,176) em 121 instituições. A cidade de Pune, com cinco instituições, sozinha tem 4,298 estudantes que representa um quinto de todos os estudantes internacionais na Índia. Isso torna Pune como a capital dos estudantes internacionais na Índia.
 
Conclusão
Análises dos dados relacionados às nove instituições levam a três importantes conclusões. Contrário à percepção popular, até 40 por cento dos estudantes internacionais são do sexo feminino. Cerca de 80 por cento são oriundos da graduação, aproximadamente 18 por cento da pós-graduação e cerca de 2 por cento de programas de doutorado. Claramente, há a necessidade de promover programas de pós-graduação no exterior.
 
A escolha de disciplinas dos estudantes é variada. Aproximadamente 30 por cento estão nas artes liberais (artes, ciências sociais e comércio). Os 70 por cento remanescentes dos estudantes estão matriculados em programas profissionais de educação. A divisão é sistema de saúde (35%), engenharia & tecnologia (23%), administração (9%) e direito (cerca de 3%). Claramente, a Índia é agora reconhecida no mundo desenvolvido como uma provedora de educação profissional. O que é necessário é uma promoção vigorosa da mobilidade estudantil internacional.
 
Este texto foi traduzido e revisado sob a coordenação de
Sergio Azevedo Pereira
Diretor da San Ives International Language Center
Rua Roberto Simonsen, 421
Parque Taquaral
13076-416 Campinas SP
(19) 3365 -1035

Ordem de Fornecimento 116799-14/1 emitida em 15 de outubro de 2014 pela Funcamp,
após indicação do Gabinete da Reitoria