27/07/2015

International Higher Education | 80 | Especial 20 anos

“A internacionalização inteligente”: uma questão imperativa do século 21

Laura E. Rumbley
Diretora associada do Centro para o Ensino Superior Internacional no Boston College. E-mail: rumbley@bc.edu
Uma das questões mais importantes com a qual o ensino superior ao redor mundo precisará lidar ao longo das próximas duas décadas é a necessidade absoluta de uma “internacionalização inteligente.”
 
Internacionalização — como uma resposta a globalização, como uma estratégia para a melhoria da qualidade ou visibilidade, ou como uma resposta isomorfa aos desenvolvimentos no ambiente é indiscutivelmente um dos maiores fenômenos, que afeta atualmente as instituições do ensino superior em todo mundo, podendo ser vista como uma causa e um efeito do advento da economia do conhecimento global. Em diferentes aspectos nos contextos nacionais e institucionais, ela é também a manifestação de mudanças fundamentais e ainda em evolução na forma como enxergamos o que constitui um ensino superior relevante e de alta qualidade nos dias de hoje.
 
A mobilidade ainda é o tema “mais importante“ na maioria das discussões relacionadas à internacionalização, e os números crescentes da mobilidade estudantil em todo mundo indicam que continuará como bastante expressivo no futuro previsível. Contudo, em muitos países, aspectos fundamentalmente importantes da agenda da internacionalização estão se movendo da zona periférica para o centro, em questões tanto de política como de pratica. Vemos isso claramente na já esperada crescente proeminência da discussão sobre a “internacionalização em âmbito interno,” a importância cada vez maior dada pelas universidades ao desenvolvimento e sustentabilidade de parcerias internacionais de amplidão e profundidade, e o crescimento do interesse de fornecer suporte e treinamento intercultural e internacionalmente orientado para o corpo docente e funcionários.
 
Enquanto isso, tais desenvolvimentos se desenrolam diante desse contexto de complexidade sem precedentes e fluxo para o ensino superior, mais amplamente. Desenvolvimentos sociais, econômicos e políticos exercem atualmente enormes pressões sobre o ensino superior, no sentido de (entre outras coisas) “desempenhar,” “criar,” “avaliar” e “liderar.”
 
A agenda da internacionalização está profundamente implicada em tais processos. Lidar de forma eficaz com tais complexidades requer um comprometimento com “uma internacionalização inteligente,” que está alicerçada em um corpo de conhecimento que coerentemente engloba a teoria e a prática, objetivando melhorar nossa compreensão das realidades complexas da internacionalização local e globalmente. Ela demanda um comprometimento com o treinamento de profissionais cuidadosos em campo, trabalhando juntamente com pesquisadores, decisores políticos e líderes internacionais sensíveis às questões praticas que residem dentro das “grandes questões “e que dominam as muitas discussões estratégicas sobre a internacionalização nos dias de hoje.”
 
Existem em todo mundo centros de pesquisa e programas dedicados à educação e ao treinamento dos profissionais do ensino superior, muitas das quais parecem estar preocupadas com as questões relativas à internacionalização. Entretanto, o escopo destes esforços de pesquisa e treinamento não está claro, assim como a qualidade dos produtos que produzem ou o treinamento que oferecem. De igual modo, há uma conexão bastante incerta entre as necessidades de informação e conhecimentos específicos por parte dos decisores políticos e profissionais e aquilo que os pesquisadores e educadores / treinadores na verdade produzem. 
 
“A internacionalização inteligente” exige o desenvolvimento de uma aliança criteriosa entre a pesquisa, o professional e as comunidades políticas. Aqueles que participam na elaboração das atividades de internacionalização e nas agendas têm acesso à informação, ideias e oportunidades de construção das habilidades profissionais que melhorarão suas habilidades de navegação no ambiente volátil e complexo do ensino superior dos próximos 20 anos. 
 
Este texto foi traduzido e revisado sob a coordenação de
Sergio Azevedo Pereira
Diretor da San Ives International Language Center
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