29/08/2013

Internacionalização discente

Em um ano, dobra a presença de alunos brasileiros em universidades americanas

Dos brasileiros matriculados, menos de um terço seguirá diretamente para sua área específica de estudo; os demais vão fazer primeiro cursos intensivos de inglês

Reportagem de Elizabeth Redden publicada nesta quinta-feira (29) no Inside Higher Education informa que mais de 4 mil estudantes de graduação brasileiros estarão estudando em universidades dos Estados Unidos neste outono (Hemisfério Norte). O contingente brasileiro mais que dobrou na comparação com o registrado no outono passado. "Você pode estar ouvindo mais português nos corredores de seu campus neste semestre", inicia o texto. Os alunos mencionados na reportagem do Inside estão nos EUA pelo Brazil Scientific Mobility Undergraduate Program, administrado pelo Institute of International Education (IIE), uma espécie de subprograma do Ciência sem Fronteiras (CsF).
 
Dos brasileiros que se matricularam neste outono, no entanto, 69% primeiro vão fazer cursos intensivos de inglês. Menos de um terço, portanto, seguirá diretamente para programas propriamente acadêmicos.
 
Lançado pela presidente Dilma Rousseff em meados de 2011 e com os primeiros beneficiados anunciados em dezembro do mesmo ano, o CsF tem por objetivo conceder 101 mil bolsas de estudo para levar alunos brasileiros de graduação e pós-graduação nas áreas de engenharia e ciências exatas a estudar no exterior.
 
Segundo balanço do Ministério da Educação (MEC) com dados consolidados de julho de 2011 a 2 de agosto deste ano, foram concedidas 43.609 bolsas no âmbito do CsF, das quais 77% referem-se a graduação sanduíche. Pelo CsF como um todo, há 9.788 brasileiros cursando gradução ou pós nos EUA (22,5% do total até agora).
 
Segundo a jornalista Elizabeth Redden, o programa brasileiro de bolsas "rapidamente se transformou em uma fonte importante de estudantes estrangeiros – e de receitas – para muitas universidades americanas". "Penso que é estrategicamente importante para ambos os países", comemora Tom Farrell, vice-reitor para "global engagement" da Universidade de Nebraska, a terceira que mais recebeu brasileiros.
 
"É certamente a atividade mais estimulante entre o Brasil e os Estados Unidos no momento, que promete criar vínculos de longo prazo entre universidades dos EUA e do Brasil", diz Edward Monks, diretor da IIE.
 
As principais áreas em que os brasileiros estão matriculados são engenharias civil, mecânica, elétrica e industrial, seguidas de ciência da computação, engenharia química, arquitetura, engenharia da computação, ciência e engenharia ambiental, ciência biomédica e saúde pública.