23/08/2012

Online

USP usa experiência em curso semipresencial para lançar plataforma de aulas em vídeo

Site e-Aulas traz material didático em vídeo produzido por professores da universidade

Reprodução
Página de abertura do site e-Aulas, da Universidade de São Paulo

A plataforma e-Aulas, criada pela Universidade de São Paulo para oferecer ao público em geral os vídeos com conteúdo didático produzidos por seus professores, lançada recentemente, tem como uma de suas bases o material gerado para o curso semipresencial de Licenciatura em Ciências, iniciado pela universidade há dois anos e meio, explica o idealizador do projeto, professor Gil da Costa Marques, atual superintendente de Tecnologia da Informação da USP.

Gil da Costa Marques, superintendente de Tecnologia da Informação da USP, diz que ainda é cedo para avaliar a reação da comunidade uspiana ao e-Aulas, incluindo a possível adoção do conteúdo em vídeo por professores dos cursos tradicionais “Nesse curso, os alunos têm de acessar um ambiente virtual e assistir às aulas, o que já resultou num bom conjunto de videoaulas relativamente bem elaboradas”, disse ele à reportagem da Ensino Superior Unicamp. O material criado para o semipresencial é complementado, no e-Aulas, por um acervo de trabalhos executados, ao longo dos últimos sete anos, para atender a professores que desejassem elaborar material didático em vídeo.

Marques explica que, dados os diferentes objetivos com que os vídeos foram produzidos, não se pode dizer que o e-Aulas ofereça cursos completos, da mesma forma que fazem plataformas internacionais como o Coursera e o edX, este último criado a partir de uma parceria entre Harvard e o MIT, e onde os estudantes não só assistem a vídeos como também fazem exercícios e passam por testes no ambiente virtual.

Marques não vê problemas na possibilidade de outras universidades, públicas ou privadas, agregarem o conteúdo do e-Aulas a seu material didático. "Não creio que haja conflitos se outros usarem. Nossa missão é ajudar a educação em todos os níveis. Se pudermos dar uma mãozinha..." Mas ele vê as experiências do curso semipresencial como importantes no caminho para uma oferta maior de recursos didáticos aos estudantes. “É uma experiência muito boa, onde a USP, pela primeira vez, se lançou numa produção de material didático para alunos da USP. É o único curso em que o estudante recebe um livro-texto, atualmente em PDF, produzido por um professor da USP”, explica.

Marques diz ainda que o material didático produzido para esses cursos são se resume aos livros. “O material inclui as atividades que o aluno deve exercer num ambiente virtual de aprendizado, como interagir com uma simulação, ou assistir a um vídeo e tirar conclusões, incluindo as próprias videoaulas”, descreve ele. “É um curso muito rico em termos de recursos de aprendizagem”.

O professor é cauteloso, no entanto, ao falar sobre a possibilidade de o e-Aulas vir a dar origem a um sistema uspiano de cursos totalmente virtuais, como os chamados MOOCs – “massive open online courses”, ou cursos online abertos de larga escala – oferecidos pelas plataformas internacionais.

“Acho que valeria a pena a gente fazer uma experiência”, afirma. “Estamos aguardando uma possível parceria com a Univesp, a Universidade Virtual. Acho que a gente poderia propor, sugerir algo assim para a Univesp”.

Segundo ele, uma eventual parceria com a Univesp poderá facilitar a aceitação dos cursos virtuais pelo próprio público interno da USP. “Quando se parte para uma experiência muito inovadora, surgem muitos questionamentos, porque foge da nossa tradição, da nossa experiência”, pondera. “Mas acho que, sim, poderíamos criar uma experiência nesses moldes”.

Marques diz que ainda é cedo para avaliar a reação da comunidade da USP ao e-Aulas, incluindo a possível adoção do conteúdo em vídeo por professores dos cursos tradicionais. Ele não vê problemas na possibilidade de outras universidades, públicas ou privadas, agregarem o conteúdo do e-Aulas a seu material didático. “Não creio que haja conflitos se outros usarem. Nossa missão é ajudar a educação em todos os níveis. Se pudermos dar uma mãozinha...”