14/10/2011

África

Universidade Carnegie Mellon vai abrir campus em Ruanda

Programa da CMU no país africano oferecerá mestrados em ti, engenharia elétrica e computação

CMU receberá US$ 95 milhões do governo ruandês por dez anos; campus terá 40 alunos em 2012, crescendo para 150 até 2017 A Universidade Carnegie Mellon (conhecida também pela sigla em inglês CMU), dos Estados Unidos, pretende abrir um campus afiliado na nação africana de Ruanda, informa The Chronicle of Higher Education. Em setembro, o website da CMU já trazia um link para recrutar professores para a nova instalação.
 
De acordo com o Chronicle, o investimento da CMU parece ser "o maior de uma universidade americana no continente até agora". A Carnegie Mellon será a primeira instituição baseada nos EUA a operar um campus completo em solo africano.
 
Nota divulgada pela universidade diz que o objetivo da iniciativa é "transformar o ensino de pós-graduação na África Oriental", oferecendo novos modelos de "educação, pesquisa e desenvolvimento, e a comercialização de tecnologias de informação e comunicação".
 
O programa da universidade no país africano oferecerá mestrados em tecnologia da informação, engenharia elétrica e computação. O foco da iniciativa parece ser a inovação tecnológica: "Esforçando-se para se tornar a central tecnológica da África Oriental, Ruanda está investindo pesadamente em infraestrutura na construção de competências nas áreas críticas de tecnologia da informação e engenharia", prossegue a nota.
 
Na parte da nota em que abre a oportunidade para professores candidatarem-se a vagas no campus africano – que será baseado na capital, Kigali – a CMU diz buscar candidatos capazes de oferecer programas de pós-graduação "inovadores e interdisciplinares nas áreas de engenharia de software, computação móvel, computação de nuvem, comunicações, segurança da informação, redes sem fio, tecnologias de voz sobre internet (VoIP) e aplicações de banda larga". Serão contratados de 10 a 15 professores.
 
Ruanda passa por um boom econômico ameaçado pela explosão populacional, com uma taxa de fertilidade de 6,3 crianças por mulher na zona rural, onde vive 80% da população Verbas e bolsas
O Chronicle informa que a universidade receberá US$ 95 milhões ao longo de um período de dez anos do governo ruandês para tocar o programa, com início previsto para 2012. Espera-se que o campus comece com 40 alunos, crescendo para 150 até 2017.
 
O governo de Ruanda pagará bolsas para estudantes do país, mas o campus espera atrair candidatos também de outras nações africanas.
 
A CMU já conta com uma rede de atividades internacionais, mantendo programas no Japão, Austrália, México e Portugal, além de um campus de graduação no Qatar.
 
Genocídio e retomada
Ruanda se recupera do genocídio de 1994, quando um número estimado de 800 mil pessoas foram mortas ao longo de cem dias, num massacre perpetrado por membros da etnia hutu contra tutsis e hutus que se opunham ao conflito. Atualmente, o Tribunal Penal Internacional julga 11 acusados pelo genocídio. Cinquenta outras pessoas já foram julgadas, das quais 29 foram condenadas. Ainda há réus aguardando julgamento e mais de uma dezena de suspeitos foragidos.
 
Em junho deste ano, a revista Nature informava que, a despeito das feridas deixadas pelo massacre, Ruanda passa por um boom econômico. Mas o boom é ameaçado pela explosão populacional, com uma taxa de fertilidade de 6,3 crianças por mulher na zona rural, onde vive 80% da população.