24/09/2013

O Estado de S. Paulo

Todas as universidades federais vão usar Enem como processo seletivo

Exame concebido para avaliar a qualidade do ensino médio servirá total ou parcialmente como processo seletivo nas 59 instituições da rede federal de ensino superior, informa o Estadão. Número de inscritos neste ano é quase o mesmo do total de matriculados no País

Reportagem de Paulo Saldaña, Victor Vieira e Guilherme Soares Dias publicada nesta terça-feira (24) no jornal O Estado de S. Paulo informa que todas as 59 universidades federais vão adotar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como processo seletivo – ou parte do processo seletivo – de novos alunos. O fato, inédito, ocorre quinze anos após a criação da prova. O Enem atingiu o recorde de 7,1 milhões de inscritos neste ano, praticamente o mesmo número de matriculados na graduação em todo o País (7.037.688 estudantes, segundo censo divulgado pelo Ministério da Educação na semana passada).
 
Especialistas ouvidos pelos jornalistas afirmam que o Enem avança na proposta pedagógica, ao exigir aplicação de conhecimentos em situações práticas, capacidades crítica e interpretativa, além da conexão entre conteúdos. “Os vestibulares cobravam memorização, truques e acúmulo de conhecimentos. É preciso desenvolver o raciocínio”, disse ao Estado o presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional, Ruben Klein.
 
"Antes, três grandes vestibulares definiam o currículo no Brasil e as informações ficavam restritas a cursinhos e escolas, na maioria privadas", diz Luiz Cláudio Costa, presidente do Inep Dos 7,1 milhões de inscritos no próximo Enem, 54% já participaram de uma ou mais edições, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), responsável pela prova. Segundo o jornal, este dado confirma o Enem muito mais como vestibular do que avaliação do ensino médio. A avaliação do ensino médio era o objetivo original do exame, criado em 1998. "O Enem tem atraído cada vez mais alunos que ainda nem se formaram no ensino médio. Em 2009, os inscritos com 16 anos ou menos eram 5,66% do total. Neste ano, já são 11% dos inscritos. Esse porcentual subiu, proporcionalmente, 87%", informa a reportagem.
 
"Hoje, o Enem define as matrizes de habilidades e competências de todas as instituições, principalmente as públicas. A tendência é de que o ensino médio se reestruture, com ajustes ao longo do tempo." Entrevistado pelo jornal paulista, Luiz Cláudio Costa, presidente do Inep, nega que o Enem já seja mais um vestibular do que um sistema que avalia o ensino médio: "O Enem atinge seus objetivos básicos de dialogar com as escolas e dar acesso aos programas federais de ensino superior. O fato de vários alunos fazerem a prova antes mostra o papel norteador, de revelar pontos fortes e fracos às escolas e aos próprios alunos. Também dá mais oportunidades a classes vulneráveis. A maioria dos candidatos que faz mais de uma vez vem de escolas públicas e não teria condições de participar ou repetir o vestibular normal, por causa do deslocamento ou da taxa de inscrição. Ainda existe a necessidade de certificação do ensino médio, para atender às pessoas que, por diversas razões, não concluíram os estudos e estavam excluídas [...] Antes, três grandes vestibulares definiam o currículo no Brasil e as informações ficavam restritas a cursinhos e escolas, na maioria privadas. Hoje, o Enem define as matrizes de habilidades e competências de todas as instituições, principalmente as públicas. A tendência é de que o ensino médio se reestruture, com ajustes ao longo do tempo."
 
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