06/02/2012

Classe mundial

França anuncia investimento para elevar universidades à elite global

Verba de 7,7 bilhões de euros será dividida entre oito conglomerados acadêmicos

O primeiro-ministro da França, François Fillon, anunciou no início de fevereiro que mais cinco conglomerados de instituições de ensino superior receberão parte do investimento de € 7,7 bilhões (R$ 17 bilhões) previsto pela Iniciativa de Excelência, um plano que tem por objetivo lançar o ensino francês na elite mundial dos rankings universitários, dominados por universidades do mundo anglófono.

Os cinco grupos de instituições contemplados – Aix-Marseille, Paris-Saclay, Sorbonne Université, Sorbonne Paris Cité, e Toulouse – juntam-se a três outros cujos nomes já haviam sido anunciados em 2011: Bordeaux, Strasbourg e Paris Sciences et Lettres.

A ideia, segundo nota no site Science Insider, da revista Science, é de que algumas ou todas as parceiras que fazem parte desses conglomerados se fundam para dar origem a grandes universidades de pesquisa que possam fazer frente às melhores da Europa e dos EUA. O programa é parte de um pacote maior de estímulo à economia, de € 35 bilhões, para ajudar o país a sair da crise financeira europeia.

Ainda segundo o Insider, o plano de estimular a criação de cerca de uma dezena de universidades francesas de primeira linha, capazes de atrair os melhores pesquisadores e estudantes, já era uma meta do governo francês, mas ganhou urgência com a crise.

De acordo com o bioquímico Patrick Monfort, representante do Sindicato Nacional de Pesquisadores Científicos (SNCS-FSU), ouvido pelo Insider, os grandes perdedores na seleção foram Grenoble, Lyons e Montpellier, centros renomados de estudos em, respectivamente, nanotecnologia e eletrônica; saúde e biologia; e meio ambiente e agricultura.

Monfort lamentou a chegada à França do “princípio de competição entre instituições e indivíduos” no ensino superior.