27/05/2011

European University Association

Financiamentos de universidades europeias

No quesito Autonomia financeira, as universidades ouvidas atribuíram a si a média 2,81 em uma escala de 1 a 5

O financiamento público é a mais importante fonte de recursos para a manutenção das universidades da Europa, representando 72,8% da receita total das instituições, segundo pesquisa feita pela European University Association (EUA). O estudo sobre a sustentabilidade financeira das mais de 5 mil universidades da Europa ressalta a necessidade de se buscar novas fontes de financiamento para o ensino superior face ao aumento no volume de estudantes no continente e os cortes orçamentários ocorridos em vários países como consequência da crise econômica mundial.

Estudo sobre sustentabilidade financeira das mais de 5 mil universidades da Europa ressalta a necessidade de se buscar novas fontes de financiamento diante dos cortes orçamentários O documento, publicado em fevereiro, mostra que as contribuições de estudantes (como anuidades, bolsas ou créditos estudantis) somam 9,1%; os contratos com empresas representam 6,5%; os recursos de entidades filantrópicas totalizam 4,5%; a receita de prestação de serviços (como consultorias, fornecimento de infraestrutura para eventos e comercialização de resultados de pesquisas) contribui com 4,1%; e o financiamento público internacional abrange 3% das receitas totais. O estudo da EUA considera como fontes de recursos adicionais aquelas que não sejam financiamento público nacional e regional e nem contribuição de estudantes; na pesquisa, as fontes adicionais totalizam 18,1% das receitas das universidades.

“A EUA acredita que a sustentabilidade financeira futura depende de recursos públicos suficientes e seguros e da autonomia e do apoio necessário para explorar de maneira bem-sucedida as opções de financiamento complementares”, diz o texto.

As conclusões são baseadas em uma pesquisa online com mais de 150 universidades de 27 países, além de visitas a instituições e workshops. quase a metade das universidades ouvidas espera que as fontes adicionais de financiamento aumentem nos próximos cinco anos. Em contrapartida, há uma preocupação com os recursos públicos destinados ao ensino: 53,2% estimam que haverá queda, enquanto 29,8% acreditam que ficarão estáveis. Nas previsões das verbas públicas para pesquisa, o temor é menor: 41,3% das instituições acham que o financiamento ficará no atual patamar e apenas 30,4% apostam que haverá menos dinheiro público para pesquisa.

Um dos objetivos do estudo foi explorar a relação entre o grau de autonomia institucional das universidades e sua capacidade de obter receita de fontes diversas. “As universidades apenas serão capazes de procurar fluxos adicionais de receitas se a estrutura regulatória em que elas operam possibilite isso. Universidades que possam fazer convênios com parceiros privados, que tenham a habilidade de criar instituições com fins lucrativos ou que possam emprestar ou angariar recursos no mercado financeiro serão mais bem-sucedidas na busca e desenvolvimento de fluxos de financiamento adicionais”, afirma o documento.

Para a EUA, a autonomia é um “pré-requisito” para a adoção de estratégias de sucesso que permitem a diversificação orçamentária. Em uma escala de 1 a 5 — sendo que o 5 representa “total liberdade” —, as universidades ouvidas atribuíram a si a nota média de 2,81 no quesito “autonomia financeira”. Já na categoria “autonomia para contratação” (tanto de professores quanto de pessoal administrativo), a média foi significativamente superior, de 3,91.