Um estudo publicado pela entidade britânica University Alliance mostra de que maneira a escassez de profissionais com formação universitária coloca em risco o crescimento econômico do Reino Unido. O trabalho
"The way we'll work: labour market trends and preparing for the hourglass" (O modo em que iremos trabalhar: tendências do mercado de trabalho e preparação para a "ampulheta", em tradução livre), divulgado em 27 de março, destaca que, contrariamente ao senso comum que sugere a existência de um excesso de graduados no país, o mercado de trabalho está demandando cada vez mais pessoas com esse nível de formação.
Em 2000, Reino Unido era o 3º país com mais jovens no ensino superior, mas em 2008 caiu para o 15º lugar O documento, divulgado pela associação que reúne 23 instituições de ensino britânicas da área de administração, defende que, "para o Reino Unido se manter globalmente competitivo, é necessária uma proporção maior de graduados compondo a força de trabalho". A razão disso, afirma, é que a tecnologia está modificando o modo de se trabalhar e está provocando uma polarização no mercado de trabalho dos países desenvolvidos.
Essa nova estrutura tende a adquirir a forma de uma ampulheta. A figura da ampulheta, segundo o estudo, é resultado de três movimentos simultâneos. No topo, ocorre o crescimento sustentado na demanda por mão de obra para trabalhos mais complexos, não rotineiros e com altos salários; na base, também há a expansão dos trabalhos braçais, de salários inferiores; e, no meio, há a contração da oferta de postos relacionados a trabalhos rotineiros, de nível salarial médio. Esse fenômeno, indica a University Alliance, gera disparidades ao deixar um espaço entre os dois extremos desse mercado de trabalho.
No ano 2000 o Reino Unido era o terceiro país entre os mais industrializados em termos de proporção de jovens no ensino superior, mas o investimento mais rápido e eficiente de outras nações nesse setor fez com que os britânicos caíssem para a 15ª posição em 2008, informa o documento. "Temos que considerar seriamente as consequências da queda contínua nesse ranking em termos de nossa competitividade internacional e de nossa habilidade de suprir as necessidades de uma economia que tende a se moldar na forma da ampulheta", diz o estudo. "Em tempos de austeridade, é essencial que o investimento em educação seja efetivamente direcionado para atender as demandas futuras de nossa economia e sociedade."