26/06/2013

Panorama sobre a Educação

Ensino superior garante empregabilidade maior no Brasil que em países da OCDE

País teve taxa de emprego de 85,3% em 2011, enquanto média da OCDE foi de 83,8%

Estudo traz dados atualizados sobre 42 países
Os brasileiros com ensino superior completo têm uma probabilidade maior de estar empregados que os cidadãos de países desenvolvidos com o mesmo nível de formação. Segundo o estudo "Panorama sobre a Educação 2013" ("Education at a Glance 2013"), divulgado em 25 de junho, a taxa de emprego em 2011 para esse grupo no Brasil foi de 85,3%, enquanto nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a taxa foi de 83,8%."Ter um ensino superior no Brasil aumenta a probabilidade de se estar empregado mais do que em muitos outros países", afirma o relatório.
 
Na faixa etária de 25 a 64 anos, entre as pessoas que possuem nível superior, a taxa de emprego ficou 13 pontos percentuais acima do índice daqueles que tinham apenas o ensino médio. Entre os países da OCDE, a diferença média foi de 25 pontos percentuais. O estudo considera dados dos 34 países que compõem a OCDE, além de Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Indonésia, Argentina e Arábia Saudita.
 
Estudo considera dados dos 34 países que compõem a OCDE, além dos BRICS, Indonésia, Argentina e
Arábia Saudita
Ganhos salariais
A diferença de salário entre os adultos de 25 a 64 anos com ensino superior, em comparação com pessoas com escolaridade menor, também é significativamente maior no Brasil. Essa faixa etária com formação universitária teve uma renda 157% superior à de pessoas com apenas ensino médio completo em 2011. Entre os países da OCDE essa diferença foi de somente 57%. Entre todos os países pesquisados, apenas o Chile apresenta uma diferença salarial superior à do Brasil, de 159%.
 
No geral, as taxas de escolarização cresceram no Brasil nos últimos dez anos, no entanto, se mantêm abaixo da média da OCDE. No ensino superior, o ritmo de aumento foi menor do que nos outros níveis, chegando a 9% entre os adultos de 55 a 64 anos, e a 13% na faixa etária de 25 a 34 anos. Apesar dos resultados positivos, o Brasil é o país com o menor percentual de adultos entre 25 e 64 anos com ensino superior completo, apenas 11,6%; a média da OCDE é de 31,5%.
 
Brasil é o país com o menor percentual de adultos com ensino superior completo, apenas 11,6% Investimentos públicos
O Brasil também obteve um aumento nos aportes na educação proporcionalmente inferior aos dos países industrializados. "No nível superior, o investimento público em educação aumentou 0,2 ponto percentual entre 2000 e 2010, indo de 0,7% para 0,9%", em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), informa a OCDE. Na média da OCDE, o crescimento nestes dez anos foi de 1,3% para 1,6% do PIB. Apesar disso, o gasto público anual por aluno no ensino superior brasileiro em 2010, de US$ 13.137, foi superior à média dos países da OCDE para o mesmo nível educacional, US$ 11.382. Esse dado considera apenas investimentos em alunos de instituições públicas.
 
Gasto por aluno no ensino superior brasileiro foi de
US$ 13.137 em 2010
A OCDE alerta, entretanto, que gastos elevados não representam necessariamente melhores resultados e qualidade no ensino, que ainda dependem de outros fatores, como tamanho das classes, salários de professores e carga horária de aulas.