Líderes sul-coreanos debatem se a expansão do ensino superior no país, onde mais de 80% dos formados no ensino médio partem em busca de diplomas universitários, não teria ido longe demais. “O ingresso irresponsável na faculdade está causando grandes perdas às famílias e ao país”, disse recentemente o presidente sul-coreano Lee Myung-bak, citado no site da publicação especializada Chronicle of Higher Education.
Dos 50 milhões de habitantes do país, cerca de 4 milhões estudam em cursos superiores de graduação e pós-graduação. O avanço do país no setor, ao longo das últimas décadas, tem sido impressionante.
Até 1977, menos de 5% da população com idade entre 18 e 25 anos tinha acesso ao ensino superior Como nota o Chronicle, até os anos 60 a Coreia do Sul era um dos países mais pobres do mundo, e até 1977, menos de 5% da população com idade entre 18 e 25 anos tinha acesso ao ensino superior. Hoje, o desempenho dos estudantes coreanos de ensino médio em ciências e matemática está entre os mais altos do mundo. Com a taxa de fertilidade em queda, no entanto, a estrutura construída para dar a todos esses jovens uma vaga na faculdade corre o risco de se tornar redundante e excessivamente cara.
Ministro da Educação espera uma queda de 40% no número de matrículas nos próximos 12 anos O diretor-geral do Ministério da Educação, Sung Geun Bae, disse ao Chronicle que os sul-coreanos permitiram "a abertura de universidades demais". O ministro da Educação, Lee Ju-Ho, espera uma queda de 40% no número de matrículas nos próximos 12 anos. Em 2016, já haverá mais vagas nas universidades do que formandos no ensino médio. Instituições de ensino superior talvez tenham de ser fechadas, e às dezenas.
Assim como no Brasil, o maior número de vagas oferecidas está no setor privado. Problemas em algumas instituições particulares, como a cobrança de preços extorsivos dos estudantes e o pagamento de salários baixos aos professores, encontram-se sob investigação.