19/08/2015

International Higher Education | 81

Caminhos transnacionais para o ensino superior inglês

Janet Ilieva
Integra o corpo de funcionários do Conselho de Financiamento para o Ensino Superior da Inglaterra, HEFCE sigla em inglês para Higher Education Funding Council for England, Reino Unido. E-mail: j.ilieva@hefce. ac.uk. Nota: a versão integral deste artigo foi intitulada como “Instruções de Viagem: Caminhos Transnacionais para o Ensino Superior Inglês” e encontra-se disponível no HEFCE através do Web site: http://www.hefce.ac.uk/pubs/ ano/2014/201429/
Há bastante evidência empírica que sugere que a educação transnacional (TNE), sigla em inglês para Transnational education é cada vez mais usada como ferramenta de recrutamento pelas instituições do ensino superior. A TNE é amplamente definida como a provisão de educação oferecida em um país diferente daquele da instituição de ensino. Esta pesquisa é a primeira tentativa de se fornecer uma estimativa da contribuição do TNE do Reino Unido para os programas de graduação na Inglaterra. Os programas de TNE que levam a matriculas na Inglaterra são referidos como caminhos transnacionais; respectivamente estudantes do ensino transnacional, que evoluíram dos programas de TNE para cursos onshore, sendo assim denominados como estudantes do ensino transnacional. Nossa análise demonstra que em 2012 – 2013 mais de um terço de todos os participantes — 34 por cento ou 16,500 participantes dos programas de graduação na Inglaterra foram transferidos diretamente dos programas de TNE. 
 
Os participantes transnacionais, alimentados pelo crescimento da China no período de 2009 a 2010 e de 2012 a 2013. Os participantes transnacionais da China aumentaram em cerca de 60 por cento (quase 3,000 participantes) comparados com um crescimento de 18 por cento — 1,000 participantes — em recrutamento direto para os programas de graduação na Inglaterra. A Malásia é o segundo maior país de origem para as progressões transnacionais. Cerca de 60 por cento (3,200 participantes) dos estudantes malaios na Inglaterra utilizaram os caminhos transnacionais quando iniciaram os programas de graduação.
 
Em geral, os estudantes transnacionais da China e Malásia respondem por 70 por cento estimados do total de participantes transnacionais para os programas de graduação na Inglaterra. Exceto pela Singapura, a China e a Malásia estão entre os maiores países do TNE britânico. 
 
Há diferenças significativas na duração do processo de estudos dos estudantes transnacionais na Inglaterra. A maioria dos participantes transnacionais da China — 66 por cento, 5,450 participantes — foi matriculada em programas com duração comprovada entre dois e três anos em 2012–2013. Em contraste, a maioria dos participantes da Malásia (56%) foi matriculada em programas de um ano ou menos. As maiores populações transnacionais vieram da Nigéria e Hong Kong, contribuindo com 550 e 500 participantes, respectivamente. Os participantes transnacionais da Nigéria parecem ter mitigado os grandes declínios experimentados nos recrutamentos diretos para os programas de graduação.
 
Programas menores levam a declínios no período geral de estudos
Uma das principais características dos participantes transnacionais é que passam períodos significativamente menores de estudos na Inglaterra, quando comparados com a população dos programas de graduação padrão. O maior crescimento foi observado nos programas com duração de um ano acadêmico ou menos, cujas proporções aumentaram de 28 por cento (3,700 participantes) em 2009 – 2010 para 33 por cento ( 5,500 participantes) em 2012 – 2013.   Esta mudança relacionada a um período mais curto de curso pode ser atribuída parcialmente ao impacto global da crise financeira de 2008–2009 nas rendas da classe média. Programas mais curto são mais acessíveis financeiramente — através da economia nas taxas de matriculas e custos de moradia mais baixos associados com períodos mais curtos passados no exterior — para famílias que do contrário não teriam conseguido e para aqueles cuja renda disponível entrou em declínio no pós-crise. 
 
Os estudantes transnacionais estão contribuindo para demanda dos programas de pós-graduação?
Cerca de um terço dos estudantes transnacionais que iniciaram seus programas de graduação através dos programas transnacionais continuaram seus estudos no nível de pós-graduação. Devido à series de tempo limitado, datando de 2009–2010, apenas conseguimos rastrear os estudantes que iniciaram os cursos de graduação em 2009 –2010 e 2010–2011 e continuaram nos programas em nível de pós-graduação dois anos mais tarde. Alguns 5,100 estudantes da população, que iniciou suas graduações em 2010 – 2011 continuaram no nível de pós-graduação em meados de 2012–2013. A maioria desses estudantes — 82 por cento ou 4,130 participantes foram da China.
 
Para todos os estudantes transnacionais da China que iniciaram suas graduações em 2009, 59 por cento continuou seus estudos de pós-graduação. Podemos agora atribuir 45 por cento do crescimento das matriculas de estudantes chineses que se matricularam nos programas de mestrado em 2012 – 2013, comparados com o ano anterior, a um aumento no número de estudantes transnacionais que continuaram seus estudos no nível de pós-graduação (1,100 estudantes). Este resultado ressalta a importância dos programas de pós-graduação, como o componente da decisão do estudante relacionado aos participantes do programa transnacional da China para os programas de graduação.
 
Neste estágio, não conseguimos estabelecer quantos estudantes internacionais dos programas TNE do Reino Unido se transferem diretamente para os programas de pós-graduação na Inglaterra.
 
Conclusões
A China e a Malásia são países com as maiores proporções de estudantes transnacionais que iniciaram seus programas de graduação na Inglaterra e estão também entre os maiores mercados TNE. Embora a duração do curso dos participantes dos programas transnacionais represente alguns desafios de recrutamento e financeiros para as instituições do ensino superior, também fez surgir uma rota financeiramente eficiente para o ensino superior inglês no caso das famílias aspirantes da classe média na Ásia. Semelhantemente, os programas mais curtos podem ter ampliado o acesso ao ensino superior inglês para famílias que do contrario não conseguiriam ter acesso a um programa educacional no Reino Unido. 
 
O ambiente propício para o TNE no Leste da Ásia continuará a melhorar em longo prazo. A Malásia é o único país na região cujos diplomas do ensino superior, concedidos através do programa TNE são reconhecidos na China. Harmonização posterior dos sistemas do ensino superior por toda região é estabelecido para ser realizado com um impulso adicional através da Associação da Comunidade Econômica das Nações do Sudeste Asiático em 2015. Embora não muitos estudantes nesta região fora da Malásia usem as rotas transnacionais para o ensino superior inglês, prevê-se que seus números cresçam.
 
Universidades globais através de suas provisões de programas TNE estão mais suscetíveis a estar bem inseridas no cenário da educação do país anfitrião. Como resultado, elas são estabelecidas para beneficiar em longo prazo o aumento dos níveis inter-regionais da mobilidade estudantil, e igualmente instituir parcerias de colaboração profundas e abrangentes com as instituições da região.
 
Este texto foi traduzido e revisado sob a coordenação de
Sergio Azevedo Pereira
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