19/11/2013

revista Ensino Superior nº 11 (outubro-dezembro)

Curso pioneiro promove intercâmbio de informações entre jornalistas e pesquisadores da área de neurociências

Artigo apresenta concepção, histórico e primeiros resultados da especialização 'Divulgação Científica e Saúde: Neurociências', projeto do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor-Unicamp) e do Departamento de Neurologia da Fac. de Ciências Médicas (FCM-Unicamp)

Vera Regina Toledo Camargo
Doutora em Comunicação com pós-doutorado em Multimeios. Pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor-Unicamp) e Professora credenciada no Mestrado em Divulgação Científica e Cultural do Labjor

Li Li Min
Professor Titular do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Unicamp). Coordenador de Difusão do Programa Cooperação Interinstitucional de Apoio à Pesquisa sobre o Cérebro (CInAPCe) e do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão / Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Cepid BRAINN) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)

Carlos Vogt
Coordenador do Labjor. Presidente da Fundação Univesp – Universidade Virtual do Estado de São Paulo

Sueli Adestro
Psicóloga. Mestre em Psicopedagogia. Especialista em Divulgação Científica pelo Labjor. Produtora do Programa ABCérebro TV
RESUMO
É importante atuar na formação e qualificação do comunicador para obter uma divulgação científica eficiente. Com esse objetivo, o Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas e o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, ambos da Unicamp, iniciaram um diálogo em 2005 para oferecer um curso de formação que proporcionasse intercâmbio de informações entre jornalistas e cientistas de diferentes áreas. O tema escolhido foi Neurociências, e essa reflexão avalia as ações desenvolvidas no curso. O resultado da enquete junto aos alunos evidencia a importância da participação em um curso de pós-graduação voltado para a Divulgação da área da saúde, especificamente em Neurociências.
 
Caracterização do curso e a formação do divulgador científico da área da saúde
O ponto de partida desta reflexão é justamente compreender como a circulação do conhecimento, no caso sobre a saúde, vem sendo compreendida, tendo em vista que o conteúdo presente nos meios de comunicação demanda precisão, profundidade e clareza. Abordar os mecanismos do binômio saúde/doença sempre causa impacto nas informações sobre a saúde (Boyd, 1987), e os descuidos da mídia em tratar as questões científicas são evidenciados em vários estudos acadêmicos. Candlish (1996) identificou pontos tais como a formação do comunicador, a importância da produção da informação e a circulação do conhecimento sobre saúde.
 
Os descuidos da mídia em tratar as questões científicas são evidenciados em vários estudos acadêmicos Desde a década de 70 o Brasil oferece cursos na área do Jornalismo e da Divulgação de Ciências, que, no entanto, não agregam os dois atores (cientistas e jornalistas) em um mesmo curso, de forma a oferecer a oportunidade do relacionamento. Desse modo, construímos uma proposta de pós-graduação constituída de 12 disciplinas, com foco em três grandes blocos. O primeiro aborda informações sobre a área, apresentando as políticas de saúde e os aspectos conceituais e históricos das duas áreas do curso; o segundo direciona para as oficinas de elaboração e redação científica de forma mais prática, com elaboração de matérias; e o terceiro grupo são as disciplinas voltadas para a divulgação e circulação das ações na área da saúde.
 
A dinâmica do curso prevê a interação entre jornalistas e cientistas em todas as atividades. Desse modo, incentivamos o aluno a produzir, com senso crítico e atenção à relevância, notícias de divulgação científica para mídias impressas, radiofônicas, televisivas e eletrônicas. Os alunos também são convidados a colaborar para as revistas produzidas pelo laboratório, Comciência[1], Ciência e Cultura[2] e a pleitear bolsa do Programa Mídia Ciência da Fapesp[3].
 
O objetivo do curso sempre esteve direcionado à formação de profissionais com visão global sobre a divulgação científica na área da saúde, enfatizando as neurociências e a relação com o sistema de ciência e tecnologia. Outro aspecto importante destacado aos participantes está relacionado à área dos meios de comunicação, como forma de produção e relação entre as diferentes áreas do conhecimento, assim como os conceitos fundamentais do jornalismo, desde a introdução ao processo de produção da notícia, a investigação de pauta, a consulta a fontes de informação e a redação final.
 
A iniciativa do curso é parte integrante do programa de Cooperação Interinstitucional de Apoio à Pesquisa sobre o Cérebro (CInAPCe), programa que promove o desenvolvimento de pesquisas em neurociências e conta com uma rede de cooperação entre diversos grupos de pesquisa no Estado de São Paulo. Apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é composto por diversos departamentos e laboratórios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) – campi de São Paulo, Ribeirão Preto e São Carlos, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, vinculado ao Hospital Albert Einstein.
 
O curso foi oferecido em duas edições, 2009/2010 e 2012/2013, e as doze disciplinas presenciais, com caráter obrigatório, perfazem um total de 360 horas/aula, distribuídas ao longo de três semestres letivos (15 semanas). Essa obrigatoriedade tem por objetivo, além do cumprimento da carga horária necessária, a coesão do grupo e o estímulo ao debate, essenciais à formação dos divulgadores científicos. No quadro a seguir apresentamos os oferecimentos do curso Divulgação Científica e Saúde: Neurociências.
 
Quadro I – Oferecimento do curso de Divulgação Científica e Saúde: Neurociências
 
 
PRIMEIRA EDIÇÃO
2009/2010
SEGUNDA EDIÇÃO
2012/2013
INSCRITOS
 
26
47
MATRICULADOS
 
22
26
CONCLUINTES
14
16
 
 
Perfil dos alunos: Quem são os divulgadores científicos em neurociências?
Na promoção do curso de Divulgação em Neurociências destaca-se que uma de suas principais características é a transdisciplinaridade, justamente pelo fato de ser composto por profissionais de formações diversas. O quadro II, a seguir, mostra que o perfil dos alunos aprovados é formado por acadêmicos e especialistas de diversas áreas – biologia, jornalismo, educação, sociologia, psicologia, filosofia, ciências médicas, e outras – que recebem conteúdo curricular que estimula a dinâmica de trabalho em conjunto, a fim de que possam contribuir e atuar como divulgadores de ciência, jornalistas científicos e assessores de comunicação em universidades e institutos de pesquisas na área de saúde. Com a segunda edição formamos ao todo 30 alunos, e no quadro II, visualizamos o perfil dos concluintes.
 
Quadro II – Perfil dos alunos do curso de Divulgação em Neurociências
 
 
Gênero
Faixa
etária
Área de formação dos cientistas
Jornalistas
Alunos da
primeira edição
06 homens
08 mulheres
21 a 28 anos
Biologia 05
Física 01
C. Sociais 01
Pedagogia 01
Psicologia 01
05
Alunos da segunda edição
06 homens
10 mulheres
23 a 36 anos
Biologia 03
Filosofia 01
S. Social 01
11
 
O curso é uma promoção de ideias em prol da divulgação científica e resulta em um campo fértil para a experimentação de publicações e projetos elaborados por alunos, ex-alunos e professores. Exemplos desse trabalho de publicação em conjunto durante o desenvolvimento do curso estão nos três livros produzidos, sendo dois deles realizados pela primeira turma de divulgadores (2009-2010) AVC – uma catástrofe que pode ser prevenida e tratada[4] e Epilepsia à luz do conhecimento[5]; e mais recentemente o livro Tecla Sapiens: Neurociências para todos (no prelo). Os alunos foram incentivados a produzir um podcast e os programas serão disponibilizados na página do Projeto[6].
 
Entre os frutos do curso estão três livros: AVC – uma catástrofe que pode ser prevenida e tratada, Epilepsia à luz do conhecimento e Tecla Sapiens: Neurociências para todos Relato dos professores e a caracterização de suas disciplinas
Característica também importante no curso é o perfil dos professores, com formações diversas e muita qualificação, que foram convidados a refletir sobre suas disciplinas e a relação com a temática do curso, assim como o perfil dos alunos e objetivos da proposta, como veremos a seguir.
 
Com a orientação do Prof. Dr. Rodrigo Cunha, a disciplina Oficina de Jornalismo Científico trabalhou com os alunos a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre a elaboração de textos jornalísticos de divulgação científica voltados especialmente à área de neurociência, com ênfase em aspectos práticos da atividade. “A proposta é incentivar o desenvolvimento de pautas e, a partir delas, notas e reportagens que possam ser publicadas. Simultaneamente, foram promovidas reflexões críticas acerca da relação do divulgador científico com fontes, veículos da área e, em última instância, com o leitor a quem se destina o trabalho jornalístico. Além de informações de caráter técnico e recortes ilustrativos da prática jornalística cotidiana, foram apresentados exercícios para incentivar a escrita criativa com o objetivo de facilitar a produção de textos”.
 
A disciplina de Neurociências, ministrada pelo Prof. Li Li Min, teve como objetivo principal abordar a temática do funcionamento cerebral e das principais doenças que acometem o sistema nervoso. O modelo de ensino escolhido abrangeu aulas expositivas; atividades coletivas em busca de conhecimentos e posterior produção; atividades externas para sensibilizar os alunos das potenciais implicações das Neurociências no cotidiano da sociedade.

Especificamente no caso das aulas expositivas, essas abordaram a organização anatomofuncional do sistema nervoso e a fisiologia da transmissão sináptica e doenças como epilepsia e acidente vascular cerebral. As atividades coletivas apresentadas pelos alunos ampliaram a discussão e aquisição do conhecimento de temáticas como memória, demências, transtorno do sono, consciência, distúrbios do movimento. As atividades externas permitiram visão integrativa das oportunidades e desafios do diálogo entre cientistas e a sociedade; e sobre a forma como a divulgação científica pode ser ativa neste processo.

A Profª  Drª Graça Caldas enfatiza que na disciplina Jornalismo Científico e Saúde procurou despertar nos alunos a necessidade de percepção crítica e analítica a respeito da divulgação científica em geral e da área de saúde, em particular. “O objetivo era capacitá-los a uma leitura crítica e contextualizada da mídia, ao lado de trabalho responsável, questionador e maduro. Para isso, várias atividades foram desenvolvidas em paralelo:

a) leitura e discussão de reportagens da área de ciência e de neurociências publicadas em jornais e revistas de grande circulação;
b) realização de seminários em que os alunos, a partir da leitura de textos recomendados, promoviam discussões – muitas vezes acaloradas! – sobre o papel da comunicação, da divulgação científica e das neurociências;
c) confecção da cartilha na área de Neurociências 'Do Alzheimer ao TDAH'.

Descobrimos juntos a dificuldade de trabalhar um texto claro, conciso, dirigido ao público leigo. A experiência foi rica e educativa, com muito ainda a aprender. A produção da cartilha fez parte de um capítulo do livro Tecla Sapiens: Neurociências para todos, que estamos produzindo com os alunos”
.
 
A divulgação científica tem papel fundamental para a formação de capacidade de reflexão sobre avanços, usos, necessidades, controvérsias, interesses e todos os meandros que envolvem a produção e disseminação de CT&I. Na disciplina Seminários de Divulgação Científica e Saúde, ministrada pela Profª Drª Simone Pallone de Figueiredo, como ela própria observa, “procurou-se apresentar algumas formas de divulgar C&T, com foco na área da saúde, e também questões importantes das neurociências, como funcionamento do cérebro, mecanismos da dor e doenças como Alzheimer e Parkinson, que foram tratadas por especialistas convidados. Na disciplina os alunos tiveram, ainda, a oportunidade de fazer um mapeamento da mídia, obtendo informações sobre a frequência que o tema saúde apareceu e o tratamento que recebeu nos veículos analisados”.


A Profª Drª Germana Barata ajudou os alunos a compreenderem “como o conhecimento científico é construído, transformado e negociado. Os processos de legitimação das ideias, as influências e contextos econômicos, político e sociais nos quais as teorias nascem e se desenvolvem são fundamentais para entendermos que a ciência é também produto da cultura e passível de conflitos, negociações, erros e vaidades. A disciplina História da Ciência e da Comunicação procura traçar momentos históricos que marcaram mudanças na comunicação da ciência e sua relação com os novos olhares sobre a natureza e o humano. A medicina e as neurociências foram enfatizadas de modo a entendermos a conquista de um status de ciências quase exatas, a partir do século XX, e que hoje lhes garante credibilidade e uma perigosa autoridade sobre a saúde e doenças humanas”. A visita que a docente proporcionou aos alunos visitando o Museu de Medicina da USP e o Laboratório de Neuroimagem da Unicamp foram bem estimulantes e desencadearam várias outras iniciativas.
 
Na disciplina Oficina de Jornalismo Científico II, a proposta que a Profª Drª Carolina Cantarino Rodrigues apresentou aos alunos foi a partir das relações entre Ciência e Cultura, abordando, por exemplo, o diagnóstico feito por diversos pensadores do mundo contemporâneo de que vivemos numa 'neurocultura'. Buscou-se, então, promover, durante as aulas, um mapeamento da propagação das neurociências em diversos campos do pensamento e da produção cultural: na literatura, no cinema, em publicações e artigos científicos, na publicidade, na mídia etc. Reunindo esses diferentes materiais, a sala de aula constituiu-se num espaço de encontros e debates em torno de diferentes perspectivas a respeito das neurociências, instigando os alunos à escrita, à elaboração de pautas e matérias jornalísticas”.
 
A disciplina Oficina de Jornalismo Científico III: Produção de matérias jornalísticas, sob a responsabilidade da jornalista Glaucia Leal, ofereceu aos alunos a oportunidade de aprofundar o conhecimento com a produção de textos jornalísticos de divulgação científica voltados especialmente à área de neurociência, enquanto a disciplina Políticas Públicas e Sociedade, coordenada pelo Prof. Dr. Amilton Moretto abordou e discutiu as políticas públicas no contexto de uma sociedade democrática que ainda não atingiu o grau de desenvolvimento econômico, social, científico e tecnológico de países de industrialização avançada, tais como EUA, Japão, França, Alemanha etc. Um aspecto destacado ao longo das aulas foi a importância de se compreender os diferentes ângulos de cada política pública, cujo resultado depende de uma construção que envolve múltiplos atores com perspectivas e interesses diversos, inclusive conflitantes. Assim, do ponto de vista daquele que faz a divulgação científica, torna-se necessária a reconstrução da política pública, destacando-se os elementos que a justificam e os limites que lhe são impostos, bem como os resultados que alcançou. Porém, dado que a política pública responde às demandas da sociedade e estas demandas transformam-se à medida que se transforma a sociedade, a política pública também deverá responder a essa mutabilidade social, o que lhe dá um caráter temporal, ou seja, ela terá de sofrer mudanças para continuar respondendo aos desafios para os quais foi criada ou, então, perderá o sentido de sua manutenção”.
 
A disciplina Divulgação Científica e Saúde, ministrada pelas docentes Vera Regina Toledo Camargo, Ana Paula Morales e Giselle Soares, apresentou abordagem diferenciada, na qual os alunos foram incentivados a produzir um livro sobre sua trajetória no curso de Neurociências, que também seria o trabalho final. “Foram utilizados os trabalhos e artigos elaborados durante as demais disciplinas, e selecionados aqueles que poderiam estar presentes no livro, segundo a linha editorial discutida e decidida em grupo. Os alunos participaram de todas as etapas de planejamento, organização, escrita e edição da publicação. Outra atividade de divulgação desenvolvida foi a produção e a elaboração de podcasts com a duração de seis a oito minutos. O objetivo foi a criação de programas de Divulgação Científica que pudessem circular a informação pela pagina web do Projeto Epilepsia, bem como em outras páginas relacionadas”.
 
Concluindo
A divulgação científica brasileira em neurociências é um campo ainda pouco explorado por grande extensão da mídia. Existem poucos atores midiáticos (divulgadores científicos) que ofereçam à população conhecimento científico acessível.
 
É importante compreender que a divulgação não deve ser somente entre pares acadêmicos, mas para um número maior de pessoas imersas em vários grupos sociais e, que, concomitantemente, sintam-se motivadas a conhecer as descobertas em tratamentos, medicamentos, diagnóstico e prevenção de doenças neurológicas.
 
A melhor ação de divulgação é aquela na qual as pessoas têm acesso à informação correta, que sirva para a quebra de preconceitos e estigmas muitas vezes associados à dificuldade de acesso ao conhecimento.
 
O comprometimento dos professores e a dedicação em suas disciplinas qualificam o curso para atender às demandas de seus usuários. Os pressupostos que envolvem os objetivos do curso em relação ao rico material humano que vem em busca da formação (pós-graduação) de divulgação científica em neurociências antecedem aquilo que se objetiva na formação de seus alunos:
 
- Promover a divulgação científica por meio do recurso humano formado pelos alunos e docentes do curso de especialização em Neurociência e Saúde.
 
- Informar e educar o público sobre os avanços em neurociências, especialmente com relação aos temas da Epilepsia e do AVC.
 
- Levar aos mais diversos canais midiáticos informação de divulgação qualificada e de fácil acesso ao público não especialista.
 
 
 
Bibliografia
 
BOYD, M., 1987. A guide to writting effective patient education materials. Nursing Management, 18:56- 64.
 
CANDLISH, J. K., 1996. Report of the meeting on perceptions of biochemistry by the public, the press and the politicians. Biochemical Education, 24:2.


[3] A finalidade do Programa Mídia Ciência é apoiar a execução de propostas de pesquisas jornalísticas que resultem na produção de documentos de divulgação em veículos de comunicação de qualquer natureza (jornais, revistas, rádio, televisão, mídia eletrônica etc.) e que sejam desenvolvidas paralelamente ao cumprimento de um programa definido de estudos. Um de seus objetivos específicos é precisamente estimular a criação de cursos de jornalismo científico, dentro e fora do âmbito acadêmico, com o eventual patrocínio de empresas de comunicação.
 
[4] Li, Li Min; Fernandes, Paula Teixeira; Cunha, Rodrigo B.; Dias, Susana O.; Camargo, Vera Regina T.; Vogt, Carlos. AVC – catástrofe que pode ser prevenida e tratada. São Paulo: Plêiade, série Cinapce, 2009.
 
[5] Fernandes, Paula Teixeira; Li, Li Min; Cunha, Rodrigo B.; Camargo, Vera Regina T. Epilepsia à luz do conhecimento. São Paulo: Plêiade, série Cinapce, 2012.
 
[6] www.cinapce.org.br