08/11/2011

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Matrículas no ensino superior brasileiro dobram na década; total de formados aumenta 150%

As instituições privadas dominam o cenário, de acordo com o Censo da Educação Superior

Licenciatura é a modalidade mais procurada no ensino a distância O Brasil tem 6,5 milhões de universitários, sendo 6,3 milhões em cursos de graduação e 173 mil na pós-graduação, informou, no início da semana, o Ministério da Educação (MEC). Isso representa um avanço de 110% em relação ao total de matrículas em cursos de graduação registrado em 2001, quando havia 3 milhões de brasileiros nessa faixa de ensino. Além disso, na comparação do total de formados, o aumento é de 150%, tendo passado de 390 mil graduados em 2001 para 970 mil, em 2010.

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As instituições privadas dominam esse cenário, de acordo com o Censo da Educação Superior apresentado pelo MEC. Ao todo, o Brasil conta com 2.377 instituições oferecendo cursos de graduação, das quais 278 são públicas e 2.099, privadas, sendo que o sistema público conta com 1,6 milhão de matriculados e o privado, com 4,7 milhões. Na pós-graduação, a situação se inverte: há 144,9 mil pós-graduandos no sistema público e 28,4 mil no privado.

Além de ter 74% do total de estudante universitários do país, a rede privada domina a entrada de novos graduados no mercado: em 2010, o sistema de ensino superior público graduou 190,5 mil estudantes, ante 783,2 mil das instituições privadas, responsáveis, com isso, por 80% dos novos profissionais de nível superior formados no ano passado.

Áreas de crescimento

Mais da metade das matrículas do setor público pertence a instituições federais, que em 2010 tinham 938 mil estudantes matriculados, ou 58% do total. Os Estados tinham 601,1 mil matrículas (37%) e os municípios, 103,5 mil.

A população matriculada praticamente dobrou, de 2001 a 2010, nas instituições federais. No início da década, havia 504,7 mil estudantes no ensino superior federal, e 360,5 mil no estadual. O crescimento, até 2010, foi de 85% (federal) e 66% (estadual). As instituições municipais, que em 2001 lecionavam para 79,2 mil alunos, cresceram 30%.

O Nordeste já tem um porcentagem maior dos estudantes de nível superior do que o Sul Mas o maior crescimento do período foi do setor privado, que saltou de 2 milhões de estudantes, em 2001, para 4,7 milhões, em 2010, um aumento proporcional de 135%. No entanto, o resumo do Censo, divulgado pelo MEC, chama a atenção para o fato de que o crescimento do número de matrículas nas instituições privadas vem perdendo fôlego. Entre 2008 e 2010, as matrículas em instituições federais cresceram 34%, ante 11% nas privadas.

O ensino superior continua concentrado no Sul-Sudeste do Brasil, com as instituições dessas duas regiões respondendo 65% do total de matrículas. Mas o Censo 2010 mostra que o Nordeste já tem mais estudantes de nível superior que o Sul: em 2001, essas duas regiões respondiam 15,2% (Nordeste) e 19,8% (Sul) das matrículas. Em 2010, a proporção era 19,3% e 16,4%, respectivamente. Norte e Centro-Oeste também avançaram alguns pontos porcentuais.

Cursos tecnológicos e a distância

O Censo 2010 registra a expansão do número de matrículas nos cursos tecnológicos. Em 2001, esse número era de 69, 7 mil estudantes e atingiu, em 2010, um total de 781,6 mil matrículas, uma expansão de mais de dez vezes.

Ainda segundo os dados do Censo, os cursos presenciais atingem os totais de 3.958.544 matrículas de bacharelado, 928.748 de licenciatura e 545.844 matrículas de grau tecnológico.

A educação a distância, por sua vez, soma 426.241 matrículas de licenciatura, 268.173 de bacharelado e 235.765 matrículas em cursos tecnológicos. Em termos proporcionais, a educação a distância é dominada pela licenciatura (com 45% do total, ante 17% na modalidade presencial), e corresponde já a 15% do total de matrículas no ensino superior.

Clique neste link para baixar o relatório do MEC em PDF.